quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Confissões de um Publicitário

"Caro amigos mal brifados,

Sou paulistano e há 3 anos me mudei para o interior do MS. Trabalho com comunicação aqui.

Sinto informar-lhes que vocês reclamam de barriga cheia.

Trabalho em uma agência onde o atendimento acha que CMYK é uma marca de roupa.

Sou brifado pelo colunista social da cidade, que pede sempre layouts FÉCHON e CLIM (e escreve assim).

A diretora comercial é uma ex-farmacêutica e meu fornecedor gráfico ainda trabalha fazendo past-up em vegetal no lugar de fotolito.

Meus clientes mandam o material com desenhos super legais feitos pelo sobrinho que sabe usar o CORÉU DRÁU, fotos de fachada feitas pelo celular e fotos de suas irmãs como garotas propagandas.

Aí dizem: recorta aí pra aplicar ela no rodapé junto do logo – que sempre, SEMPRE, vem inserido num arquivo de Word.

Então eu tento recortar aquele cabelo com 3 cores diferentes de tinta, que está sobre um fundo super neutro – normalmente uma árvore bem florida, uma vitrine bem colorida ou simplesmente o churrasco de domingo, festa de formatura, debutante ou casamento.

Então, no fim do dia, eu apresento o orçamento aos clientes e eles dizem: “ah, mas peraí. Eu não quero nada disso. Ó, vamos baratear. Corta o plano de mídia que nem sei que que é, corta criação que não preciso – É SÓ FAZER O MATERIAL MESMO, NÃO PRECISA CRIAAAR ASSIM SABE? – e corta também esse bevê aqui que ta comendo muito da verba.

Quando ouvi isso, pedi licença e disse que ia pegar um café.

E fui.

Lá no Frans da Heitor Penteado."


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